1. “Seu smartphone é mais velho que seus colegas? Aproveite!”
Depois de anos sem dar workshops presenciais, voltei ao Learning Lab da Stellantis South America, em Minas Gerais, para falar de tecnologia com uma turma até 30 anos mais jovem. E adivinha? Minha experiência foi justamente o que faltava para separar o “hype” –incluindo os assistentes de Ias gerativas –, do que realmente funciona. Você já viu modismos tecnológicos irem e virem (alguém lembra dos “CD-ROMs”?), então pode dizer o que deve ser levado em consideração e aquilo que nada acrescenta e deve ser descartado.
2. Você não é um “dinossauro digital”, é a Wikipédia offline (e histórias reais).
Enquanto eu explicava tendências de criação de conteúdo com IA – abri o workshop orientando a turma a criar roteiros com seus assistentes de inteligência artificial favoritos, e havia quem nunca tivesse utilizado as ferramentas para coisas úteis –, marketing digital e comunicação para aquela turma bem mais jovem do que eu, percebi que meu maior trunfo não era saber “o que” estava surgindo, mas “como” aquilo já tinha sido testado antes. Jovens têm agilidade e urgências; você tem “repertório”. Ensine a história dos processos e, de quebra, aprenda com a moçada o que importa para a geração atual. Essa troca é crucial para sua educação continuada, capacidade de absorver novos conceitos e constantemente corrigir seus rumos.
3. Adote um “afilhado tecnológico” (e seja adotado de volta).
No meu workshop, identifiquei pessoas que poderão evoluir muito mais com uma mentoria personalizada. São profissionais que, com a devida orientação, poderão disseminar e multiplicar boas práticas na adoção de novas tecnologias, bem além das “modinhas” passageiras. Dividir com os mais jovens elementos tech que possam agregar valor para o que criam e produzem é crucial. Seja o mentor que atualiza os jovens e deixa que eles te atualizem também.
4. Sua idade é sua arma secreta contra o “hype”.
Quando alguém na turna soltou um “TikTok é só para dancinhas. Meu cliente não está lá”, eu pude responder: “Já vi isso com o Facebook, 20 anos atrás, me explica como agora é diferente?”. Contexto histórico é o seu “superpoder” contra modismos furados e visões equivocadas sobre plataformas e tendências, além de ser fundamental para apresentar com dados e fatos o poder evolutivo de cada recurso online, para os mais diferentes segmentos de negócios, como o emergente TikTok Shop, que em breve será o maior marketplace do mundo.
5. Inovação não tem data de validade – mas seu LinkedIn precisa refletir que “suas definições de conhecimento foram atualizadas com sucesso”
Depois do workshop, vi dezenas de perfis no LinkedIn atualizados com os temas que discuti em sala de aula. Se eu, aos 56, posso ser referência em novas tecnologias e comportamento corporativo, você também pode. Idade vira “o que virá de novidade?” quando você está sempre no modo “beta”.
6. O etarismo existe? Sim. A cura? Autoconfiança + conhecimento + humor ácido.
Se perguntarem “você não é muito velho para isso?”, responda como eu: “Tenho quase 40 anos de experiência em não repetir erros. Queriam alguém com menos bagagem? Toma!”. Ria, mostre resultados, contextualize as novas tecnologias como solução para os problemas do presente e desafios do futuro, e deixe a “idade” virar apenas um dado numérico irrelevante.
7. Seja o “Avô Tech” do time (no melhor sentido possível).
No final do workshop, uma pessoa mais jovem me chamou de “professor old-school mas com mentalidade startup” – e foi um elogio. Inovação precisa de quem já caiu, levantou e ainda tem curiosidade para aprender.
Bônus: Quando a dúvida sobre idade aparecer, diga como eu: “Voltei a ministrar workshops depois de anos, e a única coisa que envelheceu foi meu notebook – meu conhecimento está na “nuvem”. 😉
Porque inovar não é sobre nascer em uma década, mas sobre nunca parar de se reinventar nela..🚀

(Inspirado na minha volta ao Learning Lab da Stellantis – porque experiência + curiosidade é a combinação que nenhuma IA substituirá.)