A morte é um daqueles assuntos que a gente prefere deixar para lá, mas depois que passamos dos 50 anos, é uma tolice não falar a respeito.
Mas, cá entre nós, falar sobre ela ainda em vida é vital (sem trocadilhos, prometo!). No Brasil, o tema é cercado de tabus, como se ignorá-la fosse garantir imortalidade. Spoiler: não vai.
E, enquanto a gente faz de conta que é eterno, os herdeiros podem enfrentar uma verdadeira novela mexicana para lidar com bens, direitos e dívidas. Então, que tal encarar a sucessão patrimonial de frente? Afinal, seguro morreu de velho, mas você não precisa deixar sua família em apuros.
Testamento: o “adeus, mas com organização”
O testamento é como um bilhete de amor para o futuro, só que menos romântico e mais burocrático. Ele permite que você decida, em vida, como seus bens e caraminguás serão distribuídos após o seu falecimento. Parece simples, né? Mas, como tudo na vida, tem seus prós e contras.
Vantagens:
✔️Você manda no seu próprio roteiro
Com o testamento, você decide quem fica com o quê, evitando brigas familiares que fariam até a Globo cancelar uma novela.
✔️Protege pessoas específicas
Se você tem um filho com necessidades especiais ou quer garantir algo para alguém fora da família, o testamento é a solução.
✔️Agiliza o processo de inventário
Um testamento bem feito pode reduzir o tempo e os custos do inventário, porque já deixa tudo mastigadinho para os herdeiros.
Desvantagens:
✔️Custo inicial
Fazer um testamento não é de graça, e você vai precisar de um advogado para garantir que tudo esteja dentro da lei.
✔️Pode ser contestado
Herdeiros insatisfeitos podem questionar o testamento na justiça, e aí a briga pode durar anos.
✔️Não resolve tudo
No Brasil, 50% do patrimônio é reservado para os herdeiros necessários (cônjuge, filhos e pais), então você não tem 100% de liberdade para distribuir seus bens.
Holding familiar: o “negócio de família”
Se o testamento é o bilhete de amor, a holding familiar é o contrato de casamento. Ela é uma empresa criada para administrar o patrimônio da família, centralizando bens como imóveis, ações e investimentos. Parece coisa de rico, mas pode ser útil para qualquer um que queira evitar dor de cabeça no futuro.
Vantagens:
✔️Redução de impostos
A holding permite planejar a sucessão de forma a pagar menos impostos, como ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação).
✔️Proteção patrimonial
Os bens ficam em nome da empresa, o que dificulta que credores pessoais venham atrás deles.
✔️Facilita a gestão
Com tudo centralizado, fica mais fácil administrar o patrimônio e evitar conflitos entre os herdeiros.
Desvantagens:
✔️Custo de manutenção
Uma holding exige contabilidade regular, taxas e impostos, o que pode pesar no bolso.
✔️Complexidade jurídica
Montar uma holding não é simples e exige assessoria de profissionais especializados.
✔️Rigidez
Alterar a estrutura da holding pode ser complicado, então é preciso pensar bem antes de criar uma.
Por que isso importa para você?
Seja você dono de um apartamento na capital ou de uma coleção de figurinhas raras, pensar em sucessão patrimonial é um ato de amor.
Ninguém gosta de imaginar o pior, mas a verdade é que a morte faz parte da vida – e deixar tudo organizado é a melhor forma de cuidar de quem você ama.
E não precisa ser rico para se preocupar com isso. Até mesmo quem tem poucos bens pode evitar conflitos familiares e garantir que suas vontades sejam respeitadas. Afinal, ninguém quer que a herança vire motivo de briga, certo?
Então, que tal começar a pensar nisso hoje?
Pode ser com um testamento simples, uma consulta com um advogado ou até uma conversa franca com a família.
O importante é não deixar para amanhã o que pode ser resolvido hoje. Porque, no fim das contas, seguro morreu de velho, mas sua família não precisa sofrer por causa disso.
E aí, vamos falar sobre sucessão patrimonial sem tabus? A vida agradece – e o futuro também!