“Se há uma coisa que aprendi na vida é o poder de usar a própria voz.” (Michelle Obama)

Em um país onde a violência contra a mulher cresce absurdamente a cada ano, a discussão sobre o “lugar de fala” das mulheres brasileiras se tornou algo banal e frequentemente dominada por vozes masculinas que buscam invalidar as mulheres em espaços públicos e privados.

Os dados são alarmantes sobre a violência contra a mulher brasileira. Conforme o Atlas da Violência 2025, “entre 2022 e 2023, o número de homicídios femininos no Brasil teve crescimento de 2,5%, contrariando a tendência de redução dos homicídios em geral observada desde 2018. A média nacional chegou a 10 mulheres mortas por dia.”

Este cenário transforma o Brasil em um território hostil e perigoso para meninas e mulheres.

O Atlas da Violência 2025 também “reconhece a violência moral como uma forma de agressão que visa causar danos emocionais, psicológicos e sociais à vítima, além de minar sua credibilidade social e expô-la publicamente.”

Destaca ainda que “a violência moral, como forma de violência psicológica, muitas vezes está relacionada ao silenciamento das mulheres, através de mecanismos de controle e manipulação que visam invalidar sua experiência e voz.”

A escalada desenfreada de narrativas misóginas e machistas nas redes sociais, somado à ausência de fiscalização rigorosa por parte das plataformas digitais, contribui para a naturalização de discursos violentos e a perpetuação de estruturas opressoras contra as mulheres brasileiras.

Essa dinâmica se intensifica quando mulheres são alvos de ataques coordenados, perseguição virtual ou descredibilização sistemática ao ocuparem espaços de discussão pública para defender suas ideias e pautas sociais.

Neste contexto, mulheres que ousam expor ideias e pensamentos enfrentam ataques violentos. Há uma tentativa explícita de proibi-las de opinar sobre temas cruciais para a sociedade.

A violência contra a mulher no Brasil atravessa todas as idades: meninas, jovens e adultas são alvos constantes de agressões verbais e físicas.

Mas como o etarismo se liga a essa tentativa sistemática de silenciá-las?

Em cada fase da vida, o silenciamento ganha formas específicas: a voz da jovem é abafada sob o pretexto da “inexperiência”; a mulher madura enfrenta a invisibilidade e é ignorada por ser considerada “ultrapassada”.

Assim, o etarismo atua como um mecanismo perverso que reforça e justifica o silêncio imposto às mulheres, independentemente de sua trajetória.

O recente tratamento agressivo à Ministra Marina Silva durante audiência no Senado Federal é emblemático. Parlamentares como Marcos Rogério (PL-RO), que bradou “Me respeite, ministra, se ponha no seu lugar” e Plínio Valério (PSDB-AM), que pontuou “A mulher merece respeito, a ministra, não” personificam a misoginia institucionalizada. O embate com o Senador Omar Aziz (PSD-AM), que a acusou publicamente de “atrapalhar o desenvolvimento do Brasil” e de apresentar dados “falsos”, reforça o padrão de intimidação.

Desqualificar a fala de uma mulher que ocupa o importante cargo de Ministra do Meio Ambiente, além de ser desrespeitoso, também é um ato de violência!

Importante ressaltar a matéria desta semana no G1 que denuncia o machismo na política: mesmo ocupando cargos de poder no Congresso Nacional, senadoras e deputadas afirmam que o machismo ainda é uma presença constante no dia a dia parlamentar, relatando episódios de interrupções sistemáticas, deslegitimação de falas, intimidações e até agressões físicas.

Infelizmente, o Brasil permanece refém de um machismo estrutural e de uma cultura patriarcal que normaliza ataques repugnantes às mulheres.

Muitos homens ficam profundamente incomodados ao verem uma mulher ocupar espaços de poder e debater com autoridade. São ataques carregados de um preconceito raramente dirigido a homens, cujo “direito” de falar sobre qualquer assunto, em qualquer lugar, é inquestionável. A ninguém ocorre mandar um homem “se calar” ou “se comportar” em reuniões profissionais.

Tentar silenciar uma mulher é uma forma de violência.

Vivemos em uma sociedade profundamente desigual, onde mulheres sofrem preconceito, ofensas, abusos e são assassinadas simplesmente por serem mulheres. Tentar calar suas vozes é perpetuar esse ciclo de opressão. Resistir ao silêncio imposto é um ato de coragem e sobrevivência. Exigir respeito pelo se lugar de fala é  exercício de cidadania.

Nunca subestime o Poder da Voz de uma mulher!

Não perca nada: assine nossa newsletter!

Receba histórias inspiradoras, dicas práticas e novidades exclusivas direto na sua caixa de entrada. Junte-se à conversa!

plugins premium WordPress

Menu