O tema etarismo é uma pauta em evidência, sobretudo dos protagonistas das duas pontas da linha de tempo dessa vida bandida. No início da escada, a rapaziada que entra na ribalta da vida social e profissional, os jovens. No alto da escada, a turma que já subiu os degraus, caiu, desceu dois degraus, se reequilibrou, subiu novamente. São chamados de idosos na etiqueta mais refinada e de velhos no popular. No mundo do marketing passam por sutilezas do tipo: melhor idade e outras baboseiras para fazer negócio.

Na sociedade global e não somente nessa terra de Cabral, esses dois extremos se regulam por fatores que definem para mais ou para menos a aceitação e o protagonismo entre as partes:

▪ Numa ponta, a falta de oportunidade educacional e social resulta numa considerável massa com a crença de que a juventude é o todo, descartando como obsoleto aquele que não participa do seu rolê. Esse é nicho que rotula o “velho”.

▪ Na outra ponta, também vitimado pela falta de oportunidade educacional e, consequentemente, social, está uma massa de idosos impactada por uma vida dura e, normalmente, com fragilidades na saúde e na sustentabilidade financeira, que, na sua dura realidade, se acha “velho”.

Esse, infelizmente, é o cenário dominante, de um lado o desrespeito baseado na ignorância e, de outro, uma aceitação moldada na vida dura, conduzida numa conjuntura abusiva do estado e de seus apaniguados.

Contextualizo essa introdução para não me dirigir à Zona Desmilitarizada do Etarismo sem que tenha dado o entendimento de que essa Zona se situa numa “ilha de tranquilidade” , normalmente habitada por seres que tiveram as benesses de uma melhor educação e convívio social. Portanto, não me entendam como alienado, na medida em que vou tratar de um mundinho apartado da triste realidade dominante.

Então, vamos lá para essa “terra do nunca” onde convivem jovens idosos e idosos jovens, no qual transito há longos anos.

São dois os territórios desmilitarizados de etarismo: a área de TI e o Rock and Roll. Costumo dizer que são duas “fontes da juventude”.

No mundo da TI, se, independentemente da idade, você tem saúde para se manter ativo e, principalmente, gosta do que faz e segue se atualizando, nunca vi nenhuma discriminação por etarismo na convivência profissional. Se existe, é nas discriminatórias portas de entrada de empresas, mas não no âmago dos times de TI.

Convivo há 53 anos nessa tribo de TI e nunca senti qualquer distanciamento em função da idade cronológica. Pelo contrário, há um imenso respeito e uma saudável troca de conhecimento.

Uma boa prova está aí no mercado, onde vemos como referências caras como o Cesar Taurion, Sílvio Meira, Carlos Barbieri, Raul Colcher e Newton Fleury, ídolos da rapaziada. A TI na sua imensa maioria desconhece o etarismo.

Outro território livre é o dos apreciadores do Rock.

Um aficionado do bom e velho Rock é atemporal. Trata-se de uma ciência que também exige atualização, cabe entender tudo de Chuck Barry, do mesmo modo que de Arctic Monkeys.

Nas rodas de Rock, meninos de cinco anos tocam Whole Lotta Love, adolescentes gritam “We don’t need no education. We don’t need no thought control” e vovôs mandam um “In the End”. Não há censura, não há limitação.

Quando você mostra um vinil original do King Crimson, piram a vovó, a mamãe e o filhinho. Melhor do que salgadinho Piraquê! (um pra mim, um pra você).

Você quer ver o etarismo ir para o espaço? Vá a um show dos “garotos” do Deep Purple, de preferência com a turma da TI de sua empresa.

Você vai pirar o cabeção!

Fim de papo, como disse o Raul.

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