Intergeracionalidade

A nova geração de líderes e o futuro que queremos construir

Nos últimos meses, tive a oportunidade de participar do Aspire Leaders Program, uma jornada global de desenvolvimento de liderança criada a partir de uma iniciativa da Harvard University e hoje conduzida pelo Aspire Institute. O programa reúne jovens de 18 a 29 anos, de baixa renda ou primeira geração universitária, de mais de 180 países – todos conectados pelo desejo de aprender, transformar e liderar com propósito.

As linhas da sombra da vida[1]

O sujeito nasceu na Ucrânia, de família polonesa. Foi marinheiro na França e, em seguida, em navios mercantes ingleses. Aos 20 anos começou a aprender a língua de Shakespeare e a aprendeu tão bem que tornou-se um dos maiores e mais importantes escritores de língua inglesa. Senhoras e senhores: com vocês Józef Teodor Konrad Korzemowski, mais conhecido como Joseph Conrad.

O legado das gerações que se uniram

A história de Seu José, hoje com 62 anos, é daquelas que merecem ser contadas como uma síntese da resiliência brasileira. Menino nordestino que chegou a São Paulo nos anos 60, acompanhando os pais em busca de trabalho e de um futuro que a seca negava em sua terra natal, ele viveu as agruras de uma infância comum a milhares de migrantes: antes de brincar, era preciso trabalhar. Embalagens de mercado, picolés vendidos na rua, entregas de todo tipo. Estudar? Esse era um privilégio distante, que a fome e a necessidade não permitiam.

Geração Z: a nostalgia de um passado não vivido

A recente reportagem do New York Times trouxe à tona um fenômeno intrigante: uma pesquisa revela que a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) sente uma nostalgia profunda por uma era que nunca viveu. Este sentimento, paradoxal à primeira vista, levanta uma questão fundamental: como é possível ter saudade de um tempo do qual não se fez parte?

O velho e o código

O mar corporativo continuava revolto, hostil aos muito velhos e aos muito jovens, como se a experiência e a inovação fossem peixes que não pudessem nadar juntos. Mas Santiago sabia: em algum lugar, havia um cardume esperando por pescadores que entendessem tanto das marés antigas quanto dos ventos novos.

O risco de combater o etarismo criando novos rótulos

Na ânsia de corrigir séculos de exclusão, estamos criando novos estereótipos. Trocam-se rótulos negativos por positivos: “os 50+ são resilientes”, “os 60+ são sábios”, “os 70+ são inspiração viva”. Embora bem-intencionadas, essas narrativas ainda enquadram pessoas em categorias que não lhes pertencem.

Zona desmilitarizada do etarismo

O tema etarismo é uma pauta em evidência, sobretudo dos protagonistas das duas pontas da linha de tempodessa vida bandida. No início da escada, a rapaziada que entra na ribalta da vida social e profissional, os jovens. No alto da escada, a turma que já subiu os degraus, caiu, desceu dois degraus, se reequilibrou, subiu novamente. São chamados de idosos na etiqueta mais refinada e de velhos no popular. No mundo do marketing passam por sutilezas do tipo: melhor idade e outras baboseiras para fazer negócio.

Revolução Transetária: quando ideias atravessam idades

Estamos vivendo a Revolução Transetária — termo que cunhei em 2016 para nomear um novo tempo, que contorna e reinventa um mundo sem idade. Transetários são aqueles que não se sentem limitados pelas faixas etárias e pelas classificações geracionais — como eu — e, acredito, como muitos de vocês que estão lendo este texto.

Estereótipos: o primeiro passo para perpetrar exclusões

A palavra estereótipo deriva etimologicamente das palavras gregas stereos (sólido) e typos (impressão), significando literalmente “impressão sólida”. Esta origem não é meramente etimológica, mas revela a natureza cristalizada desse fenômeno sociocognitivo. O termo foi originalmente cunhado pelo tipógrafo francês Firmin Didot em 1794, referindo-se a uma inovação tecnológica revolucionária no campo da impressão gráfica que permitia a reprodução massificada de material impresso como jornais, revistas e livros – uma metáfora perfeita para a posterior aplicação psicossocial do conceito.

Etarismo contra os jovens: vamos falar sobre isso?

É bastante clichê, mas a cada nova geração, a história se repete. Os mais velhos olham para os mais novos com desconfiança, questionando seus valores, hábitos e formas de se expressar. Eu vi isso acontecer nos filmes e na minha vida. Eu que sou uma mulher de 39 anos, da tal Geração Y. Recebi questionamentos semelhantes aos de outras mulheres da minha faixa etária:  sobre minha expectativa de um casamento com equidade de gênero e minhas “experiências antropológicas” com meus próprios filhos meninos (dando-lhes, desde cedo, brinquedos de casinha, por exemplo). Com a Geração Z, isso acontece mais uma vez e talvez a gente possa se provocar a não repetir a mesma história de sempre.

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