
O retrato que envelhece por nós
O desejo pela juventude eterna atravessa milênios. De Gilgamesh à fonte de Ponce de Leon, do Fausto de Goethe ao Dorian Gray de Wilde, a humanidade sempre sonhou em deter o tempo. Hoje, trocamos as lendas por suplementos milagrosos, procedimentos estéticos e promessas da química da longevidade. Alguns bilionários apostam na criogenia, esperando acordar em um futuro onde a morte tenha sido derrotada. Mas há um etarismo mais sutil operando aqui. Não apenas o preconceito que os mais novos dirigem aos mais velhos, esse é óbvio e documentado. Falo do etarismo que dirigimos contra nós mesmos.









