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A outra medida do valor

Há uma discussão silenciosa ganhando corpo dentro das organizações. Por muito tempo, produtividade foi traduzida em métricas que, embora neutras na aparência, acabaram favorecendo perfis mais jovens. Velocidade como parâmetro absoluto, disponibilidade irrestrita como sinônimo de comprometimento, profundidade técnica como um requisito inflexível num mundo em que a tecnologia muda mais depressa do que qualquer ser humano consegue acompanhar. Nada disso foi criado para excluir. Mas, na prática, muitos desses indicadores se tornaram filtros indiretos que empurram profissionais maduros para as bordas do sistema.

Ressignificando o papel da “Geração Sanduíche”: do esgotamento ao equilíbrio

Vivemos tempos de contradições profundas. No mesmo instante em que celebramos a longevidade, somos esmagados por seu peso. Somos a “Geração Sanduíche”, termo que foi criado nos Estados Unidos em 1981 pelas assistentes sociais Dorothy Miller e Elaine Brody. Ele descreve a situação de adultos que se veem “espremidos” entre a dupla responsabilidade de cuidar dos seus pais que, alcançam idades antes impensáveis e a dedicação necessária a filhos que, seja pela extensão da juventude ou pelas pressões econômicas atuais, permanecem em casa demandando apoio, orientação e, não raro, sustento.

Aos jovens de ontem

O etarismo (qualquer etarismo) empobrece a todos. Quando os mais novos descartam os mais velhos como irrelevantes por princípio, perdem décadas de conhecimento acumulado. Quando os mais velhos se agarram ao poder sem agregar valor, roubam oxigênio das inovações necessárias. Quando qualquer geração finge que só ela importa, o resultado é sempre mediocridade coletiva.

O retrato que envelhece por nós

O desejo pela juventude eterna atravessa milênios. De Gilgamesh à fonte de Ponce de Leon, do Fausto de Goethe ao Dorian Gray de Wilde, a humanidade sempre sonhou em deter o tempo. Hoje, trocamos as lendas por suplementos milagrosos, procedimentos estéticos e promessas da química da longevidade. Alguns bilionários apostam na criogenia, esperando acordar em um futuro onde a morte tenha sido derrotada. Mas há um etarismo mais sutil operando aqui. Não apenas o preconceito que os mais novos dirigem aos mais velhos, esse é óbvio e documentado. Falo do etarismo que dirigimos contra nós mesmos.

O preço da longevidade: a dupla face de envelhecer no Brasil

A reportagem recente que revela os segredos de celebridades como Angélica, Eliana e Xuxa para “não envelhecer” é sintomática de nosso tempo. Entre depoimentos sobre rotinas rigorosas de bem-estar, alimentação balanceada, exercícios físicos e tratamentos estéticos de ponta, surge um denominador comum implícito, mas inegável: o custo.

Futuro que madura: os 50+ e a intergeracionalidade entraram de vez na pauta

Há uma realidade emergente que finalmente começa a ganhar espaço: a inclusão dos 50+ no debate sobre diversidade. Esse movimento não vem apenas para corrigir preconceitos, mas para colocar luz sobre o quanto estamos desperdiçando, como sociedades e organizações, ao negligenciarmos a experiência, o conhecimento e a sabedoria acumulada desse público.

A nova geração de líderes e o futuro que queremos construir

Nos últimos meses, tive a oportunidade de participar do Aspire Leaders Program, uma jornada global de desenvolvimento de liderança criada a partir de uma iniciativa da Harvard University e hoje conduzida pelo Aspire Institute. O programa reúne jovens de 18 a 29 anos, de baixa renda ou primeira geração universitária, de mais de 180 países – todos conectados pelo desejo de aprender, transformar e liderar com propósito.

Por que o futuro não tem idade?

Por muito tempo, discutimos diversidade etária com uma abordagem quase sentimentalista. Falamos em valorizar a experiência, respeitar trajetórias e acolher os mais velhos no ambiente corporativo. É justo, claro. Mas será que não é hora de revermos radicalmente essa conversa? Será que não estamos presos a um discurso antiquado que limita a verdadeira potência de um ambiente multigeracional?

As linhas da sombra da vida[1]

O sujeito nasceu na Ucrânia, de família polonesa. Foi marinheiro na França e, em seguida, em navios mercantes ingleses. Aos 20 anos começou a aprender a língua de Shakespeare e a aprendeu tão bem que tornou-se um dos maiores e mais importantes escritores de língua inglesa. Senhoras e senhores: com vocês Józef Teodor Konrad Korzemowski, mais conhecido como Joseph Conrad.

O legado das gerações que se uniram

A história de Seu José, hoje com 62 anos, é daquelas que merecem ser contadas como uma síntese da resiliência brasileira. Menino nordestino que chegou a São Paulo nos anos 60, acompanhando os pais em busca de trabalho e de um futuro que a seca negava em sua terra natal, ele viveu as agruras de uma infância comum a milhares de migrantes: antes de brincar, era preciso trabalhar. Embalagens de mercado, picolés vendidos na rua, entregas de todo tipo. Estudar? Esse era um privilégio distante, que a fome e a necessidade não permitiam.

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