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O risco de combater o etarismo criando novos rótulos

Na ânsia de corrigir séculos de exclusão, estamos criando novos estereótipos. Trocam-se rótulos negativos por positivos: “os 50+ são resilientes”, “os 60+ são sábios”, “os 70+ são inspiração viva”. Embora bem-intencionadas, essas narrativas ainda enquadram pessoas em categorias que não lhes pertencem.

Zona desmilitarizada do etarismo

O tema etarismo é uma pauta em evidência, sobretudo dos protagonistas das duas pontas da linha de tempodessa vida bandida. No início da escada, a rapaziada que entra na ribalta da vida social e profissional, os jovens. No alto da escada, a turma que já subiu os degraus, caiu, desceu dois degraus, se reequilibrou, subiu novamente. São chamados de idosos na etiqueta mais refinada e de velhos no popular. No mundo do marketing passam por sutilezas do tipo: melhor idade e outras baboseiras para fazer negócio.

A travessia do tempo

Vivemos um paradoxo silencioso e, muitas vezes, cruel. De um lado, a busca legítima por longevidade, saúde e vitalidade. Do outro, uma corrida desenfreada, quase desesperada, contra o relógio biológico, como se o simples ato de envelhecer fosse, em si, um fracasso pessoal. O corpo envelhece, sim. E ele faz isso no ritmo certo, na cadência natural da vida. Cedo ou tarde, ele nos dirá, às vezes com gentileza, às vezes com firmeza, que não seremos mais capazes de fazer certas coisas. E tudo bem. Isso não é um castigo. É apenas a vida sendo vida.

Novos velhos ou jovens velhos: o que está acontecendo com o mundo?

O envelhecimento está mudando de cara. Nunca foi tão difícil definir o que é ser “velho” — ou mesmo “jovem”. Quem acompanha o futebol viu Portugal conquistar a Liga das Nações sobre a Espanha, com Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, jogando com a energia e a vitalidade de um jovem de 20. Não é exagero: estudos já mostraram que o corpo de Cristiano Ronaldo tem características de alguém 11 anos mais novo, resultado de cuidados extremos, disciplina e acesso ao que há de mais moderno em ciência esportiva e medicina.

O novo normal

Cada vez que dizem que “a idade chegou”, Novak Djokovic e Cristiano Ronaldo respondem em quadra e em campo, deixando críticos sem palavras e a torcida batendo palmas. Dois atletas que derrubaram o calendário pelo talento, disciplina e obsessão por vencer. Djokovic, aos 38 anos, chegou a mais uma semifinal de Grand Slam, em seu impressionante recorde de 48 em torneios Major, dos quais é o recordista histórico em títulos. Só não foi a mais uma final porque perdeu para o atual número 1 do mundo, Jannik Sinner. Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, segue acumulando números irreais. Foi dele o gol fundamental que empatou a final da Nations League da UEFA (depois vencida nos pênaltis por Portugal contra a Espanha), somando na carreira impressionantes 35 títulos oficiais e mais de 935 gols – marcas que ultrapassam gerações e desafiam a lógica do tempo.

O silenciamento das mulheres brasileiras como ferramenta de opressão

Em um país onde a violência contra a mulher cresce absurdamente a cada ano, a discussão sobre o “lugar de fala” das mulheres brasileiras se tornou algo banal e frequentemente dominada por vozes masculinas que buscam invalidar as mulheres em espaços públicos e privados.

Cadmo, longevidade e o encontro de gerações

A história da humanidade é tecida com fios que entrelaçam o novo e o antigo em uma permanente fusão de renovação e sabedoria. A mitologia grega, rica em simbolismos e lições atemporais, traz à tona a relevância do convívio intergeracional através do mito de Cadmo. Conta-se que Cadmo, fundando a cidade de Tebas, procurou orientação no oráculo de Delfos e, guiado por seus conselhos, semeou o futuro plantando dentes de dragão. Desses dentes surgiram guerreiros que primeiro lutaram entre si, mas que, ao resistirem, se tornaram os fundadores de uma nova sociedade.

O ouro escondido nas dobras do tempo

A longevidade e a busca por qualidade de vida ampliaram as perspectivas de carreira profissional e passou a hora das empresas revisarem seus paradigmas. Além da experiência acumulada, o grupo de profissionais com mais de 50 anos tem carregado na mala uma energia renovada, apetite por desafios, além da sabedoria que o tempo e os hiatos de carreira souberam moldar.

Longevidade com acessibilidade: minha história e nosso futuro

Como consultor em acessibilidade e pessoa com deficiência auditiva, vejo na longevidade e acessibilidade os desafios que enfrento diariamente: Não basta existir, é preciso viver com plenitude. A medicina fez um excelente trabalho de expectativa de vida, mas quando vamos falar de qualidade de vida e, especialmente, de um conceito que venho falando da funcionalidade de vida? Quando falamos em envelhecimento populacional, estamos diante da mesma questão que enfrento em empresas – como transformar números em qualidade de vida real?

7 dicas para profissionais 50+ brilharem como pilares da inovação (e rirem do etarismo no caminho)

Depois de anos sem dar workshops presenciais, voltei ao Learning Lab da Stellantis South America, em Minas Gerais, para falar de tecnologia com uma turma até 30 anos mais jovem. E adivinha? Minha experiência foi justamente o que faltava para separar o “hype” –incluindo os assistentes de Ias gerativas –, do que realmente funciona. Você já viu modismos tecnológicos irem e virem (alguém lembra dos “CD-ROMs”?), então pode dizer o que deve ser levado em consideração e aquilo que nada acrescenta e deve ser descartado.

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